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terça-feira, 6 de setembro de 2011

O grupo angolano SSP voltou, na noite deste sábado, no estádio dos Coqueiros, em Luanda, a fazer a diferença entre os executantes do hip hop, a&b e rap no país, surpreendendo o público com um espectáculo totalmente acústico e proporcionando aos fãs a oportunidade de ver e ouvir ao vivo os velhos sucessos do colectivo.
 
O grupo, que já nos anos de 1990 havia surpreendido os angolanos ao introduzir o hip hop, a&b e rap no léxico musical angolano, mostrou esta noite que a força de vontade pode fazer a diferença de uma forma positiva.

Com um atraso de meia hora (o espectáculo tinha início previsto para as 20horas), os quatro integrantes do grupo (Big Nelo, Jeff Brown, Kudy e Paul G) fizeram questão de apostarem numa actuação suportada por uma banda integrada por instrumentistas portugueses com quem ensaiaram durante dois meses para esta odisseia.
 
Mantendo a fidelidade e a originalidade das canções incluídas no guião artístico (23 músicas no total), os quatro “mosquiteiros”, como também são conhecidos, conseguiram mostrar ao público que a também chamada música moderna por ser interpretada com o acompanhamento instrumental.
 
Vestidos a preto, os artistas subiram ao palco às 20h30 ao som de “Não vale a pena”, tema que serviu de chamariz para a participação dos fãs no espectáculo. Surpreendidos pela moldura humana concentrada no local, maioritariamente jovens, grande parte da qual, de certeza, ainda eram crianças quando o grupo emergiu no mercado musical angolano, o quarteto, cedo, tratou de mostrar que à noite prometia muita dança e muita música de qualidade.
 
Para quem cresceu a ouvir e a ver os quatro nos palcos nacionais, teve, em pouco mais de duas horas, a oportunidade de reviver os tempos áureos dos “pioneiros” do hipo hop em Angola, ouvindo canções que marcaram uma época e cujas letras falam do amor, sofrimento e do dia-a-dia do povo angolano.
 
Bem acompanhados, quer instrumentalmente quer pelo público (mais de 15 mil presentes no local) que mostravam aos artistas saberem de coro as letras das músicas, os músicos respondiam com brincadeiras, música e dança, mostrando que apesar da idade continuam em forma e com os traços que os levou “a ribalta”.
 
A cada gesto de Big Nelo, o mais irreverente do grupo, a cada toque de dança de Jeff Brown e Paul G, bem seguidos por Kudy, os fãs entravam em delírio e mesmo apertados ensaiavam alguns toques de dança.
 
Como que avisados de que o público exigiria o melhor, os artistas foram ao baú de recordações buscar “Tell me baby", "Miúda", "Sim ou não", "Eu só quero te amar", "Reis da noite", "Pitanga boa", "Olhos café", "Etu mwangola", "É bom", "Táctica lírica", "Abandalho", "Te quiero", "Playa", "Deus", "Amiga", entre outras, que mexeram com muitas sensibilidades e obrigaram os fãs a um movimento de dança permanente.
 
Para fechar a jornada, o grupo sacou “canta comigo essa keta”, com a promessa de tudo fazerem para levar o mesmo espectáculo às demais províncias do país.

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